«(…) …a ribeira que nasce na vertente noroeste do alto da serra de Monchique, junto à Fóia, e desce sinuosa e ondulante até à Ponta Viva, na praia da Amoreira, em Aljezur, sempre foi uma referência afectiva. Acompanhou toda a minha infância, adolescência e continua a acompanhar a minha existência. Foi nela que dei os primeiros mergulhos, foi nela que pesquei os primeiros bordalos, com os amigos, e enguias com o meu pai, foi nela que apanhei à mão pequenos cágados, com os quais brincava em criança… Percorri as suas margens e o seu leito vezes sem conta. Nadei e naveguei de canoa nas suas águas, outras tantas… Inconscientemente, sem conseguir resistir ao seu “water appeal”! Agora, com este trabalho, perscrutei a sua alma, entrei profundamente no seu interior e conheci-a ainda mais a fundo. Este é o meu singular tributo a este ziguezagueante ser telúrico recheado de água, cascalho, areia e rochedos… (…)»